(Brasil, 2006)
Romance - 90 min.
Direção: João Falcão
Roteiro de João Falcão e Adriana Falcão, baseado em livro de Adriana Falcão e em peça teatral de João Falcão. Produzido por Diler Trindade para a Diler & Associados. Elenco: Gustavo Falcão (Antônio), Paulo Autran (Antônio no futuro), Mariana Ximenes (Karina), Vladimir Brichta (José Onório), Wagner Moura (Apresentador de TV obcecado pelos números do IBOPE), Lázaro Ramos (Doido Cético), Aramis Trindade (Doido), Euclides Pegado (Antônio com 5 anos), Cristiane Ferreira (Maria da Graça), Fabiana Karla (D. Nazaré), Fernanda Beling (Jéssica / Jennifer), Fabrício Boliveira (Valdene), Val Perré (Valdene - velho), Mariz (Stefano), Osvaldo Mil (Seu Neco), Prazeres Barbosa (Prazeres), André Arteche (Doido), Danilo Moreno (Doido), Edmílson Barros (Doido), Wendell Bandeleck (Doido), Zeo Brito (Doido), Emílio Dante (Doido), Luiz Estellita Lins (Doido), Márcio Machado (Doido), Miguel Oniga (Doido), Rodrigo Fagundes (Doido), Aldri Anunciação (Repórter).
Sinopse: A história é contada por Antônio no futuro (Paulo Autran). Preso em um hospício ele narra a sua história de amor com Karina e os fatos que o levaram a estar ali. Entre os cerca de dez loucos que ouvem sua história ao redor de uma mesa está o "Cético" (Lázaro Ramos), que não acredita na absurda história contada pelo velho. Como eles têm tempo de sobra no hospício, o velho aproveita pra contar a história desde o começo. O começo do mundo.
Deus criou o mundo sem nada. Não tinha terra, nem céu, nem bicho, nem gente. Era só breu e seca. Aí Deus pensou: "Que besteira a minha! Porque é que vai ficar tudo sem nada se eu posso inventar o que eu quiser?". Então saiu inventando. Primeiro inventou o tempo pra saber quando Ele ia inventar as outras coisas. Depois inventou o céu pra Ele ter onde morar, mas como o céu tinha que ficar em cima de alguma coisa Ele inventou a terra. E o inferno pra ficar embaixo da terra. No começo a terra só servia pra ficar entre o céu e o inferno. Aí Ele inventou a vida. Inventou a gente. Mas já que as pessoas tinham olhos, nariz, boca e orelha, aquilo tudo tinha que ter uma serventia. Os olhos e o nariz já tinham a deles, pois os olhos serviam pra olhar o céu e o nariz pra respirar enquanto a pessoa estivesse viva e parar de respirar pra poder morrer em paz. Mas, e os olhos e as orelhas? Foi aí que Deus criou o verbo (as palavras): abacate, jabuti, elefante, laranja, abacaxi, cavalo, ... E como para cada palavra tinha que ter uma coisa pra ter significado, Ele teve que inventar mais um monte de coisas. E o homem achou pouco e inventou mais uma porção de coisas.
O tempo passou e finalmente chegamos no tempo de Antônio.
Antônio (Gustavo Falcão) é o décimo-terceiro filho de dona Nazaré (Fabiana Carla, a comediante do Zorra Total do bordão "Isso já não te pertence mais"). Ele era muito chorão até o dia em que caiu uma tempestade em Nordestina que o fez parar de chorar. Era como se o tempo chorasse no lugar de Antônio. Daí ele começou a ser chamado de "Filho do Tempo".
Antônio acabou sendo o único dos treze filhos da dona Nazaré que não deixou Nordestina, uma cidadezinha que nem aparece no mapa, de tão pequena e distante ("não tem nada, nem Pepsi Twist Light"). Isolada no sertão de Pernambuco, a cada dia ela perde mais um de seus moradores, que pega um transporte para "o mundo". Mas para o rapaz, que trabalha como inventor de coisas e consertador de aparelhos elétricos a cidade tem a coisa mais interessante de todas as coisas do planeta: Karina (Mariana Ximenes), a filha do barbeiro.
Ela é bonita, e sonha em ser atriz, partir para o mundo quando completar 18 anos e aparecer na televisão.
Mas Antônio, que ensaia trechos de peças de teatro com Karina todos os dias, não quer continuar somente dando "beijos de ficção" em Karina, fingindo ser o personagem dele beijando a personagem dela. Ele declara a ela seu amor, e promete dar a ela tudo o que ela quiser: pulseira, vestido, celular, karaokê, casa de esquina. Mas Karina quer mesmo é sair de Nordestina e conquistar o mundo. "Ah, é o mundo que você quer? Então eu trago o mundo pra você", disse Antônio, e saiu dali disposto a cumprir sua promessa. Foi até uma cidade grande, comprou umas roupas novas no shopping center e apareceu na televisão dizendo que iria viajar para o futuro, avançar 50 anos no tempo a partir da praça central de Nordestina. E se seu plano falhasse, iria morrer ali, ao vivo, na frente das câmaras, destruído pela máquina da morte que ele mesmo construiria, uma geringonça com 700 lâminas afiadas. A aparição de Antônio na televisão deu mais de 90% de IBOPE, e no dia e hora marcada, toda Nordestina e mais centenas de jornalistas, artistas e curiosos do Brasil e do Mundo estavam ali para assistir à morte ou à viagem no tempo de Antônio.
Bastidores: -Recebeu 2 indicações ao Grande Prêmio Cinema Brasil, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Lázaro Ramos) e Melhor Roteiro Adaptado.
-Ganhou o prêmio de Melhor Filme - Júri Popular, no Festival do Rio.
Estreou em São Paulo no dia 24 de março de 2006.
A Máquina
Marcadores:
Lázaro Ramos,
Wagner Moura
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário