14h15 SBT - Loucademia de Esqui
(Snowboard Academy, EUA/Canadá, 1996)
Direção: John Shepphird
Elenco: Jim Varney, Corey Haim, Brigitte Nielsen, Joe Flaherty, Andreas Apergis, Paul Hopkins, David DiSalvio, Erin Simms, George Spiridakis, Russell Yuen, Daniela Akerblom, James Salisko, Polly Shannon, Don Jordan
Sinopse: Enquanto o atrapalhado Rudy James concorre à vaga de relações públicas de uma quase falida estação de esqui, os dois filhos do dono, mesmo em pé de guerra, promovem torneio entre os "esquiadores" x "snowboarders". O campeonato na neve, além de sucesso financeiro, atrai belas garotas.
15h35 Globo - Uma Cavaleira em Camelot(A Knight In Camelot, EUA, 1998) - feito para a TV
Direção: Roger Young
Elenco: Whoopi Goldberg, Michael York, Simon Fenton, Paloma Baeza, James Coombes, Robert Addie
Sinopse: Uma cientista bem-humorada obtém sucesso com uma de suas invenções mais ousadas: ela consegue viajar através do tempo e vai parar na Inglaterra da Idade Média. Lá, se mete em muitas confusões e ainda conhece Merlin e o rei Artur. Baseado na obra de Mark Twain.
14h15 SBT - Entrega em Domicílio
(Overnight Delivery, EUA, 1997)
Direção: Jason Bloom
Elenco: Reese Witherspoon, Paul Rudd, Larry Drake, Christine Taylor, Tobin Bell, Carl Payne, Gary Wolf, Richard Cody, Sarah Silverman, Jack McGee
Sinopse: As vésperas do dia dos namorados, Wyatt Tripps, recebe uma informação desencontrada, e acha que sua namorada (que faz faculdade em outro estado), o está traindo. Ele sai para tomar um porre, e conhece a "descolada" Ivy, que o ajuda a escrever uma carta mal-educada, terminando o namoro, junto com uma foto comprometedora e uma camisinha usada ! Os dois mandam a carta por uma agência "expresso". Ao saber que a traição não está ocorrendo, Wyatt pede ajuda de Ivy para consertar a besteira, e os dois juntos passam por tudo que se possa imaginar tentando impedir um funcionário psicótico de realizar a entrega ! Explosões, prisão, roubos... tudo em 24hs turbulentas e engraçadas!!!
15h40 Globo -A Filha do Presidente
(My Date With The President's Daughter, EUA, 1998)- feito para a TV
Direção: Alex Zamm
Elenco: Dabney Coleman, Will Friedle, Elisabeth Harnois, Mimi Kuzyk, Wanda Cannon, Jay Thomas
Sinopse: Uma jovem marca um encontro com um rapaz sem dizer a ele que é filha do presidente dos Estados Unidos. Para a surpresa do jovem casal, eles recebem uma lista dos lugares onde poderão ir, mas despistam o serviço secreto para irem onde quiserem. Porém isto acaba gerando uma série de incidentes e o presidente coloca todo o serviço secreto atrás dos jovens fugitivos.
TERÇA 08.06.10
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7 comentários:
MARCELO HESSEL, http://www.omelete.com.br/cinema/artigos/base_para_artigos.asp?artigo=3402:
"(...) Não é fácil fazer um filme simples. Simples no sentido de extrair significados que não carecem de auto-explicação, mensagens dadas com um corte preciso, um plano estático que se alonga um pouco mais, uma profundidade de campo que instala corpos ao fundo como se fossem vultos, um foco de luz no lado esquerdo do rosto da mulher. Não é fácil também explicar o que se passa diante de um filme desses, um filme que cresce dentro do espectador e que o implode aos poucos.
O Céu de Suely é um filme emocional que permite leituras cerebrais. Mesmo sabendo que aquele final extraordinário foi pensando para desarmar nossas convenções, nossas facilidades, nosso sentimentalismo de cinema-ficção-padrão, ficamos esperando Hermila na garupa. É uma emancipação, para a personagem e para nós, mas não dá para evitar. Pode ter se passado meia hora do final da sessão, ainda espero Hermila na garupa."
CID NADER, http://www.cinequanon.art.br/:
" (...) Contar a volta do nordestino à sua terra, voltando da grande cidade (São Paulo, no caso), parece ser a grande novidade que um grupo de cineastas resolveu tornar mote condutor em suas histórias. Karim foi extremamente feliz quando construiu uma personagem que volta com sinceras esperanças de um recomeço, mas que percebe aos poucos que nada é tão fácil nunca, que sofrer parece parte inerente da condição humana. Como lidar com isso? A resposta encontrada pelo diretor é de uma singularidade única: quando percebe que seu destino ainda está em fase de formação – longe da acomodação -, Hermenegilda imagina um paraíso muito particular como a solução mais à mão para o período mais breve e próximo. No meio dessas mudanças surge e ganha corpo a figura de João Miguel, que acompanhará a busca de sua amada – sim, ela é sua amada – de maneira calma, interrompida por um belo momento de “explosão” apaixonada. Os espaços – algo vasto e agressivamente óbvio ao olhar do estrangeiro – grandes e devastados da região são filmados de maneira reverencial, com amplas tomadas de câmera e sutis mudanças na granulação. Já os corpos são filmados de perto, muito próximos, com extrema valorização dos detalhes; como um convite para que fossem tocados por nós.
A cena final, grandiosa e demorada em sua conclusão, é bela a não mais poder. E mais, durante o seu transcorrer, oferece à nossa imaginação diferentes possibilidades para seu desfecho, sendo que qualquer uma resultaria maravilhosa, tanto quanto foi maravilhosa a escolhida pelo próprio diretor. Karim Aynouz já é uma realidade. "
Por DANIEL SCHENKER WAJNBERG, http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?artigo=1069:
"Em O Céu de Suely , os atores emprestam seus próprios nomes às personagens que interpretam e isto diz muito sobre este novo filme de Karim Aïnouz. Devidamente assessorado pela coach Fátima Toledo, o diretor buscou um registro de atuação distante da representação estilizada e próximo de uma naturalidade construída. Mas esta construção deve, de preferência, permanecer invisível aos olhos dos espectadores, de modo a fazê-los “esquecer” de que estão assistindo a atores interpretando.
A questão ator/personagem já está presente no título do filme. Afinal, Suely é a personagem criada pela protagonista, Hermila, a partir do momento em que passa a se oferecer como prêmio complementar ao vencedor de uma rifa de whisky (perspectiva que aponta para o título anterior do filme – Rifa-me ). Ao adotar o codinome Suely, Hermila parece testar outras possibilidades pessoais, o que aponta para o conceito de personagem como outro do ator e não como instância dissociada dele. Mas se Suely é a personagem da Hermila da ficção, esta também é uma construção da Hermila atriz (Hermila Guedes), que procura em si algo da moça que volta a Iguatu, sertão do Ceará, e, confrontada com a falência de seu projeto romântico (imagem que abre o filme, não por acaso filmada em textura diversa), começa a se coisificar.
A determinação em abolir traços de empostação no trabalho dos atores reflete um desejo de Aïnoiz em suprimir qualquer intervenção artificializante entre público e obra. Não por acaso, todas as cenas estão repletas de comentários casuais que preservam um certo frescor de improvisação. “Peraí que eu estou de saia”, diz Hermila, num dado instante, antes de pegar carona na moto do ex-namorado, João (João Miguel). O cineasta também procura trazer a platéia para “dentro” do filme através de uma câmera física, a exemplo da seqüência em que Hermila dança freneticamente num certo estado de embriaguês.
O Céu de Suely é um filme dotado de sutilezas, valendo lembrar da imagem desfocada de João chegando de moto, bem ao fundo, enquanto Hermila caminha pela rodoviária. Mas talvez o cineasta evidencie um pouco demais o seu esforço em transmitir autenticidade. Se os atores alcançam verdade interpretativa de maneira orgânica (além dos já citados, Maria Menezes, Zezita Matos e Georgina Castro), o texto subterrâneo às falas das personagens permanece à vista em determinadas passagens, como aquela em que Zezita, avó de Hermila, pergunta, com voz afetuosa, sobre a medida de sal na comida quando o que está em questão é evidentemente algo de natureza bem menos corriqueira. Além disso, Aïnouz parece propor (numa analogia, em certa medida, questionável) que a verdade pode ser encontrada numa essência, que, no caso de O Céu de Suely , seria detectada nos closes de rostos com aparência de real (na contramão das plásticas, tão em voga atualmente) e em objetos reveladores de uma escassez material relativa à situação econômica das personagens.
A concepção de algumas seqüências também parece um pouco à mostra, como a cena de sexo entre Hermila e um desconhecido, na qual a câmera registra-o rapidamente para priorizá-la, de modo a valorizar a repercussão daquela experiência nela. Um momento em que Hermila mostra-se desconfortável “na pele” de Suely, como se talvez estivesse tentando ser aquilo que não é. "
Por CARLOS ALBERTO MATTOS, http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?artigo=1116:
"(...) A história é um fiapo. Mas com ela o diretor – e seus co-roteiristas, naturalmente - urdem um tecido primoroso de sutilezas. Um cinema mais de impressões que de informações. Após um curto prólogo em flashback, passamos a conviver com a doce Hermila (Hermila Guedes), recém-chegada de um período em São Paulo, à espera do marido que ficou de vir com um gravador de CDs e DVDs piratas para ganharem a vida. Reencontra uma tia, a avó e um ex-namorado. Mas suas raízes não são suficientes para prendê-la naquele ponto do sertão cearense. Para comprar a passagem de volta, a opção será adotar o pseudônimo de Suely e rifar, entre os homens do lugar, “uma noite no paraíso” ao seu lado.
No fundo, a “ação” do filme não importa muito, mas sim a maneira como a personagem a conduz, num misto de aflição (espiritual) e indiferença (física). Importam as sensações de ócio e espera que regem seus movimentos. Hermila é uma mulher que de repente ficou estrangeira no seu ambiente de origem. Deixou de ser a “nordestina” para ser a imigrante. O filme abraça esse ponto-de-vista, exprimindo em imagens e sons o alheamento de Hermila.
Existe uma distância palpável entre o primeiro plano e o entorno. Seja através do desfoque, da expulsão de todo caráter “típico” para o espaço fora de quadro e para o som off, seja na seleção de vazios onde situar a deambulação e os encontros da moça, Aïnouz reduz o caráter descritivo e sublinha a aventura interior de Hermila. Em certos momentos, a relação figura-paisagem chega a lembrar a dos grandes filmes de Wim Wenders – o que soa não como decalque, mas como busca de um código similar para expressar a alienação.
Esse Nordeste melancólico e não-característico já aparecia nos planos “vazios” e na curiosa estilização audiovisual do documentário Sertão de Acrílico Azul Piscina, co-dirigido entre 1999 e 2004 por Aïnouz e Marcelo Gomes (de Cinema, Aspirinas e Urubus). Aqui, no entanto, o mesmo universo recebe o upgrade da fotografia de Walter Carvalho. O que mais se pode dizer desse artista prodigioso? Vale pelo menos sublinhar que sua sensibilidade é crucial para a equivalência harmônica entre intenções e resultados do filme.
De resto, é admirável a fluência do roteiro e da montagem, sem os solavancos nem o “explicadinho” de outros bons filmes brasileiros em cartaz. Da mesma forma, a maneira delicada como se fala de desejos e paixões (a tia pela amiga prostituta, o ex por Hermila) acaba por descolar O Céu de Suely de uma tradição segundo a qual o amor nos trópicos ou é melodrama, ou é escracho.
Karim Aïnouz lança um olhar compassivo e compreensivo sobre o anseio de evasão e a disponibilização do corpo, sem julgamentos morais nem euforia demagógica. Faz um filme simples e belo, autoral e despojado, como fruta fresca balançando ao vento. "
Cesar Zamberlan, http://www.cinequanon.art.br/principal.php:
"O Céu de Suely” é um daqueles filmes que nos arrepia. A frase pode soar pobre, mas talvez seja a forma mais honesta de falar do filme de Karim Aïnouz, o mesmo de “Madame Satã”. Várias pessoas que o viram na Mostra contam que ao ver o trailler do filme nos cinemas se emocionaram de novo, lembrando do filme na sua simples e preciosa construção. Fui um deles e digo sem exagero, ou medo de empobrecer a análise que “O Céu de Suely” é um dos filmes mais importantes do cinema brasileiro nos últimos anos. Unanimidade talvez somente comparável à “Cinema, Aspirinas e Urubus” (Karim Aïnouz também esteve envolvido no projeto, foi roteirista) e a “Serras da Desordem” de Andréa Tonacci que deve estrear no ano que vem.
O que torna o filme de Karim tão especial é que todos os elementos do filme convergem de maneira primorosa para sustentar a trama de Hermila que volta a sua terra natal no Ceará com uma criança e aguarda o marido que promete que logo virá. Um filme de um diretor que tem um projeto artístico; que tem uma ânsia de realizá-lo via cinema e que vê cinema, que dialoga com a história do cinema e com o cinema na sua vertente mais contemporânea. Não há pontas no filme, não há excessos. Karim faz um filme redondo, de uma mis-en-cene rigorosa, mas envolvente. Um filme poético, formalmente equilibrado e simples: características básicas daquilo que convencionamos como um clássico.
Diferente do igualmente precioso “Madame Satã, “O Céu” é um filme mais aberto, seja na sua temática, seja na sua relação com o espectador – lá mais a base do choque, o filme incorporava essa agressividade e força do personagem e aqui de uma total ternura - , seja nos espaços. Um filme é a própria noite e outro o dia, por isso tantos planos abertos, tendo o céu na sua infinitude. São projetos distintos, mas que dialogam sob vários aspectos.
Criticado por roubar literalmente a cena em muitos projetos, a fotografia de Walter Carvalho em “O Céu de Suely” é igualmente grandioso seja na sua luminosidade, seja na forma que enquadra os atores dentro do espaço físico que os dá forma. Fica claro que esse ajuste se dá por conta de um diálogo com um diretor mais autoral que não se apóia na experiência do fotografo, mas a usa em proveito do filme e da história ser contada.
Quanto aos atores, Karim repete a dupla que despontou em “Cinemas, Aspirinas e Urubus”, Hermila Guedes e João Miguel. Ela belíssima, uma beleza sem artifícios, e ele, com seus gestos miúdos, fala contida. Ambos compõem sem afetação, sem grandiosidade os personagens, vivendo-os e não se valendo deles para saltos outros. Há uma fidelidade na composição dos personagens, nos secundários também, que se encaixa, converge como já foi dito, a esse rigor do projeto e isso tanto na atuação como na elaboração dos caracteres.
A sensação ao término de “O Céu de Suely” é de ter visto um filme que ficará para sempre, com algumas – várias - seqüências que não esqueceremos tão cedo e que sempre quando revistas trarão aquele delicioso arrepio e emoção que só uma obra sensível e completa provoca. Um belo filme, isso é arte. "
RUBENS EWALD FILHO, http://www.cinemacomrubens.com.br/ref.aspx?nc=home:
"Exageradamente consagrado com prêmios em festivais, este novo filme do diretor de Madame Satã não é tudo isso. Não gosto de sua estética, de sua narrativa, da maneira de narrar fria e distanciada que mais parece um filme do Leste Europeu do que uma historia passada no Nordeste brasileiro. Uma historia muito simples de uma garota nordestina que vivia em São Paulo, mas retorna para sua cidade do interior do Ceará, num lugar chamado Iguatu , com seu bebe na esperança de que o companheiro / namorado venha atrás dela. Isso acaba não acontecendo. Vivendo com a avó e uma tia, ela retoma um caso antigo e na falta de dinheiro e perspectivas, resolve fazer uma rifa de si própria, como Uma Noite no Paraíso, adotando o nome de guerra de Suely. O que causa certo escândalo.
Na verdade, nada se pode dizer direito do lugar porque o filme é daqueles que 1) nunca mostra direito a cidade onde se passa a história, quase nada se conhece dela a não ser um posto de gasolina e uma discoteca. Não sabemos como é, como são as pessoas, e a única reação que vemos é uma mulher ciumenta cobrando a historia da rifa da heroína, que não retruca, porque nunca consegue se articular. 2) talvez porque em novela tudo se explique e haja diálogos em excesso, aqui acontece o contrário. Só se diz o trivial, o bom dia, boa tarde, como vai... Na hora de explicar, nada rola. Então não se pode falar em psicologia de personagens, ou mesmo conflitos abertos. Mesmo quando a avó confronta a moça, ela não responde, apanha, até chorar. 3) a idéia da rifa não é nova, na verdade no fim dos anos 60, em Bocaccio 70, Vittorio De Sica já contava essa historia numa feira do interior com Sophia Loren, e já era comédia, sinal de que não era para levar a serio.
É verdade que tem qualidades. Felizmente em geral o cinema brasileiro já dirige atores mesmo quando desconhecidos como aqui. A protagonista Hermila Guedes é natural, espontânea, assim como as que interpretam seus comparsas.Todos cumprem bem seu papel. A narrativa é enxuta e tem um final ambíguo e misterioso. Também é bom que se volte os olhos para gente comum, problemas humanos. Mas o filme não me emociona. Assisti até com certa admiração mas sem conhecer mais de Suely/Hermila , daquele gente ou situação. "
LUCAS MURARI, http://cineplayers.com/critica.php?id=946 :
"Quando todos pensavam que o cinema nacional havia encerrado o ano de 2006 com chave de ouro com o belo O Ano em Que Meus País Saíram de Férias de Cao Hamburguer, surge Karim Ainouz com seu mais novo filme, O Céu de Suely. O diretor cearense já havia mostrado toda sua habilidade com o perturbado Madame Satã (2001) e já no seu segundo longa-metragem consagra-se de vez como um dos grandes nomes da retomada.
O Céu de Suely inicia com a atriz principal Hermila e seu namorado dançando, contentes da vida com as novidades. Esta cena filmada em super-8 e narrada em off se opõe completamente à verdadeira realidade do filme. Hermila está grávida e o casal habita em São Paulo. A situação por lá está cada vez mais complicada, possuem uma boa vida porém difícil, o custo da cidade é muito alto. Hermila retorna à sua cidade natal, Iguatu, juntamente com seu filho Mateuzinho, temporariamente mora com sua avó (Zezita) e sua tia (Maria). Aguarda ansiosamente a chegada de seu companheiro que ficou em São Paulo resolvendo assuntos pendentes.
Iguatu não é bem visto aos olhos da atriz, seu filho estranha o calor nordestino e a vó da atriz não aprova o seu retorno. Seus planos são de que, quando seu amado se juntar a ela, abrirem uma barraquinha no centro da pequena cidade e vender produtos piratas (CDs, DVDs). Enquanto isso não acontece, Hermila faz bicos pela cidade, vendendo rifas e com isso consegue um pouco de dinheiro. Com o decorrer do tempo a paciência com a cidade e com a volta de seu namorado atormentam a atriz. Ela não suporta mais a pequena cidade do interior cearense e quer ir embora dali, no entanto a profissão de mãe tem um preço e o deslocamento que ela necessitará custa caro.
Seu namorado não chega e ela fica impaciente, resolve tomar uma atitude, vai se mudar da cidade e ir para o mais longe possível. Para resolver o problema do dinheiro fará algo totalmente original. Ela rifará a si mesma, isto é promete ao ganhador uma noite no paraíso aos deleites amorosos com a bela atriz. Seu nome de guerra se torna Suely e aos poucos o céu vai mudando. A cidade desaba, sua família é completamente oposta a decisão de Hermila, a vizinhança comenta, ela é expulsa de casa e vai morar com sua amiga prostituta.
O belo filme mostra algumas realidades brasileiras, a atual falsa esperança com o êxodo rural, trabalhos ilegais como formas de vida (pirataria, prostituição), gravidez precoce. Um olhar feminista, de uma sonhadora que sofre com as conseqüências do machismo exacerbado da sociedade contemporânea. Segundo Suely ela não se tornará uma garota de programa, pois estas “trepam com todo mundo enquanto ela apenas com um cara”, uma frase que ajuda muito a entender o pensamento da personagem. Hermila, vinte e um anos, com um filho e muita vontade de viver, essa é nossa atriz que ao final com o ganhador da rifa não consegue aderir ao personagem de Suely, a prostituta.
Uma forte característica dada desde o nome do filme é a utilização do céu como elemento crucial para o entendimento da obra. Um recurso muito bem utilizado que com o decorrer do filme adapta-se ao psicológico da atriz. Outro fator importante é o nome dos atores, que na ficção possuem o mesmo da vida real.
Filme ganhador de diversos prêmios, um dos melhores brasileiros de 2006, excelente direção Karim Ainouz e com uma fotografia marcante de Walter Carvalho. Ótima atuação de Hermila Guedes em sua estréia como protagonista, a atriz já havia deixado sua marca em 2005 com Cinema, Aspirinas e Urubus e dessa vez conquistou definitivamente seu espaço. Infelizmente o Céu de Suely foi mal divulgado e distribuído pelo Brasil, porém vem sendo muito bem visto e elogiado mundo afora."
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