TERÇA 30.03.10

SESSÃO BRASIL
2h45 Globo - O Maior Amor do Mundo
(Brasil, 2006)
Drama
Direção: Cacá Diegues.
Elenco: José Wilker (Antonio Santalli Filho); Taís Araújo (Luciana); Sérgio Britto (pai de Antonio); Marco Ricca (pai de Antonio mais jovem); Sérgio Malheiros (Mosca/ neto de Mãe Santinha); Stepan Nercessian (funcionário do Asilo nde o pai de Antonio está intrenado); Hugo Carvana (Salvador), Léa Garcia (Zezé/ Maria José/ Mãe Santinha), Deborah Evelyn (Carolina, mãe adotiva de Antonio), Max Fercondini (Antonio jovem), Clara Carvalho (Dona Sônia, assistente de Antonio), Guida Vianna (Irene), Sílvio Guindane (Dabé), Anna Sophia Folch (Flora) .
Estréia: 07/09/2006.
Sinopse: "Sempre
Eu te contemplava sempre
Te mirei de mil mirantes
Mesmo em sonho estive atento
Para poder lembrar-te sempre
Como olhando o firmamento
E as estrelas cintilantes
Que se foram para sempre
No teu corpo em movimento
Os teus lábios em flagrante
O teu riso, o teu silêncio
Serão meus ainda e sempre
Dura a vida alguns instantes
Porém mais do que o bastante
Quando em cada instante é
sempre"

A canção Sempre, de Chico Buarque, é ouvida na cena final de O Maior Amor do Mundo, filme de Cacá Diegues.
O filme, como a música, fala da eternização de instantes de nossas vidas.
Instantes como aqueles em que nasceu Antonio, no dia 17 de julho, o mesmo dia em que o Brasil perdeu a Copa do Mundo de 1950 no Maracanã para o Uruguai.
A história deste jogo era contada em tom de filme de terror pelo pai de Antonio ano após ano, no dia de seu aniversário:
O Brasil jogava pelo empate, já que a decisão daquela Copa foi disputada num quadrangular final entre Brasil, Uruguai, Espanha e Suécia. Os brasileiros já haviam goleado a Suécia (7 a 1) e a Espanha (6 a 1). Os uruguaios vinham de um empate contra a Espanha (2 a 2) e uma vitória apertada contra a Suécia (3 a 2).
Enfim, o jogo Brasil x Uruguai. Em um estádio lotado, o Brasil abriu o placar no final do primeiro tempo, mas a equipe parecia estar tensa e não apresentou seu típico futebol-samba. Os uruguaios empataram e, sem se intimidarem pela torcida, marcaram o gol da vitória apenas 11 minutos antes do final do jogo.
Naquele dia as ruas do Rio de Janeiro estavam vazias: consta que o equivalente a 10% da população carioca (200.000 pessoas) estava presente no estádio.
Por força das circunstâncias, o parto de emergência em que nasceu Antonio teve que ser improvisado na beira de um rio próximo a um lixão de uma favela carioca.
A juventude de Antonio foi numa época de intensa agitação política, mas ele preferia fechar-se para essas questões e isolar-se na observação de fenômenos naturais, o que o levou ao estudo da Física, mais especificamente da astronomia.
Os anos se passaram e Antonio tornou-se um astrofísico bem sucedido e solitário que voltou para o Brasil após morar nos Estados Unidos desde a juventude, para receber uma homenagem. Antonio está com 55 anos e descobriu que tem um tumor no cérebro que não pode ser extraído.
Ao visitar o pai num asilo, um maestro aposentado de 94 anos, Antonio começa a investigar a sua verdadeira origem, através do retrato de uma senhora chamada Dona Irene entre o pai de Antonio e Carolina, sua mãe adotiva.
A investigação de Antonio o leva até os subúrbios do Rio de Janeiro, onde ele vai conhecer Mosca, um garoto prestativo e neto da Mãe Santinha, que joga búzios, lê a mão e põe cartas.
Uma das clientes da Mãe Santinha, a negra Luciana, acaba atraindo a atenção de Antonio por sua beleza. Mas o que realmente levou Antonio a aproximar-se de gente como Mosca, Luciana e Mãe Santinha foi a simplicidade e o caráter humano daquelas pessoas que batalham para sobreviver em meio aos restos da sociedade de consumo e da violência na criminalidade latente, que contrasta fortemente com o mundo intelectualóide e elitista no qual Antonio sempre viveu.


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