SEXTA 11.06.10

INTERCINE
Femme Fatale
X
A Vida Marinha Com Steve Zissou(The Life Aquatic with Steve Zissou, EUA, 2004)
Direção: Wes Anderson
Elenco: Bill Murray (Steve Zissou), Owen Wilson (Ned Plimpton), Cate Blanchett (Jane Winslett-Richardson), Anjelica Huston (Eleanor Zissou), Willem Dafoe (Klaus Daimler), Jeff Goldblum (Alistair Hennessey), Michael Gambon (Oseary Drakoulias), Noah Taylor (Vladimir Wolodarsky), Burd Cort (Bill Ubell), Seu Jorge (Pelé dos Santos)
Sinopse: Steve Zissou (Bill Murray) é um lendário explorador subaquático, famoso pelos seus rompantes de temperamento e também pelos documentários que faz sobre a vida no fundo dos oceanos. Entretanto os últimos dias não têm sido felizes para Zissou.
Esteban (Seymour Cassel), seu melhor amigo e parceiro de longa data, foi recentemente devorado por um tubarão-jaguar. Além disto Zissou precisa lidar com os boatos de que está perdendo seu talento, sem contar o súbito aparecimento de Ned Plimpton (Owen Wilson), um co-piloto que diz ser seu filho nunca visto. Em meio a todos estes problemas Zissou se prepara para realizar seu maior épico cinematográfico, que permitirá que recupere sua nobreza, seja o pai que nunca imaginou poder ser e ainda por cima se vingue do tubarão-jaguar.
Exibiçâo Anterior: Globo 31.08.09 Sessão de Gala






CINE BRASIL23h30 TV Cultura - Santo Forte
(Brasil, 1999)
Direção: Eduardo Coutinho
Sinopse: O projeto teve início em 5 de outubro de 1997, quando a equipe de cinema entrou na favela Vila Parque da Cidade, situada na Gávea, para filmar os moradores assistindo à missa celebrada pelo Papa no Aterro do Flamengo. Mais tarde, a equipe voltou para descobrir como os moradores viviam e como era a diversidade religiosa local, verdadeira miscelânia de fé e crenças.
O documentário penetra na intimidade dos católicos, umbandistas e evangélicos da favela carioca. Cada um a seu modo, eles creem na comunicação direta com o sobrenatural por meio da intervenção de santos, orixás, guias ou do Espírito Santo.

5 comentários:

airtonshinto disse...

FILIPE FURTADO, da revista Paisà:
"Ao observarmos este novo longa de Scott Hicks a única coisa que salta aos olhos é como o cineasta é pouco indicado para um projeto como esse. Hicks é uma dessas figuras que podemos chamar de formalista publicitário (Ridley Scott e Alan Parker sempre a frente), seu cinema todo dedicado a produzir algumas imagens “bonitas” e de “impacto”. É um cinema de muito pouco que ocasionalmente encontra um veiculo para seu vácuo visual (Parker e Coração Satânico, por exemplo). Sem Reservas é uma nulidade, sem dúvidas, mas uma nulidade que pouco permite para Hicks exercer o seu interesse. O que resulta na frequente opção por alguns posicionamentos de camêra pouco comuns, numa vísivel tentativa de romper com seu tédio diante do material. Sem Reservas nunca flui com a leveza e o charme que um filme tão absolutamente desprovido de drama ou surpresas como esse precisa para funcionar (a despeito de alguns esforços de Aaron Eckhart). Ao aceitar um projeto que o distancia do seu arsenal de truques visuais, Hicks se condena à prisão e termina por realizar o filme que muito mais do que simplesmente banal é completamente burocrático."

airtonshinto disse...

LÍVIA VILELA, do site Omelete:
"O grande problema de assistir a uma refilmagem é não conseguir escapar da comparação. Se você decidir ir ver Sem Reservas, esqueça do filme original, a comédia dramática romântica alemã de 2001, Simplesmente Martha. Eu não consegui.
Kate (Catherine Zeta-Jones) é a versão norte-americana - mas não menos problemática - da chef perfeccionista Martha. Sua vida pessoal não tem nada dos maravilhosos sabores que ela costuma perseguir na cozinha de um restaurante da moda de Manhattan.
Depois de deixar seu terapeuta entediado e faminto com suas descrições de receitas, Kate começa a ter verdadeiros problemas para discutir em suas horas de análise. Sua irmã, que a visitaria em poucos dias com a sobrinha, sofre um acidente e Kate torna-se a única responsável pela criança.
Como se não bastasse a bagunça em sua casa, a cozinha do restaurante – que Kate chama de "sua" – ganha uma nova e espaçosa companhia. Trata-se de Nick (Aaron Eckhart), um talentoso e bem-humorado chef contratado pela dona do restaurante.
Eis os problemas que Kate enxerga imediatamente em Nick: ele é o oposto do que ela acredita ser um bom chef, mas é exatamente isso que o torna perfeitamente capaz de entreter e dirigir uma cozinha – a "dela".
Enquanto isso, ela também sofre para criar um lar para a sobrinha Zoe (a sensacional Abigail Breslin de Pequena Miss Sunshine). A garota oscila entre momentos de melancolia pela morte da mãe, carência por uma figura fraterna e a usual rebeldia pré-adolescente, deixando Kate completamente perdida. Nem comer os sofisticados pratos da tia ela é capaz. E adivinha só quem vem para salvar tudo isso? Se você já viu uma só comédia romântica na vida já entendeu...
Aaron Eckhart está bem diferente (mas não menos cativante) do irônico Nick de Obrigado Por Fumar, mas sua contratação não deixa de ser um tanto equivocada. No original os chefs rivais, além de tudo, têm culturas diferentes, o que apimenta ainda mais a relação. Enquanto isso, Catherine Zeta-Jones faz até bico e deixa mostrar algumas rugas – maldita tecnologia – mas prova que os anos e a experiência só têm lhe feito bem - é um dos seus melhores papéis no cinema. Mas é a menina Abigail que consegue fugir de qualquer estereótipo, sendo o grande destaque do filme, e provando que veio pra ficar e seu talento é mesmo nato. Chega a ser constrangedora a diferença entre sua Zoe e a garotinha alemã emburrada Lina (Máxime Foerste).
E se o filme não traz qualquer novidade ao gênero, nem agrega nada ao original, acaba parecendo uma reciclagem, não uma refilmagem. Pelo menos visualmente ele é muito mais bonito. Simplesmente Martha não deixou ninguém com água na boca, mas aquele cinza embaçado do filme alemão não aparece aqui; a produção hollywoodiana dá a sensação de que a qualquer momento será possível sentir os aromas dos pratos em pleno cinema. "

airtonshinto disse...

ANGÉLICA BITO, do site Cineclick:
"Nada como um homem sedutor e uma criança carismática para derreter o coração de uma mulher que escolheu viver solitariamente. É exatamente isso que mostra a comédia romântica Sem Reservas, refilmagem do filme alemão Simplesmente Martha (2001).
A mulher solitária é Kate (Catherine Zeta-Jones), uma respeitada chef que trabalha no restaurante nova-iorquino gerenciado por Paula (Patricia Clarkson). A chegada de sua sobrinha Zoe (Abigail Breslin), que passa a morar com Kate, abala as estruturas já muito bem-definidas da cozinheira. Acostumada a morar sozinha e viver sob rígidas regras que fazem sentido somente para ela, Kate não sabe como lidar com os cuidados que deve ter com a menina. Mas a protagonista perde o controle de sua vida não somente com a chegada de Zoe, mas também com a contratação do subchef Nick (Aaron Eckhart). Ele não tem nada da rigidez de Kate em seus métodos de trabalho; enquanto cozinha, por exemplo, gosta de ouvir ópera em volume bem alto. Os dois novos elementos na vida da personagem fazem com que ela repense o que ela achava ser certo e errado em sua concepção.
Sem Reservas é um filme bastante simpático. Diferentemente da obra alemã que originou seu roteiro, esta versão norte-americana foca mais o relacionamento amoroso da protagonista. Claro que a sobrinha tem um grande papel em sua vida, mas o filme foca melhor a paixão que surge entre ela e o novo colega de trabalho. Sem Reservas une elementos que dão tempero às melhores comédias românticas, como uma boa química entre os protagonistas; os personagens são construídos de uma forma verossímil. Isso sem contar a presença da adorável Abigail Breslin, de Pequena Miss Sunshine.
Sem Reservas deve agradar principalmente aos fãs de adoráveis comédias românticas, daquelas que têm final previsível e mesmo assim são capazes de envolver o espectador. "

airtonshinto disse...

CARLOS EDUARDO CORRALES, do site Delfos:
"Sei que muitos delfonautas andam preocupados com as resenhas de comédias românticas que venho fazendo. Qualquer dia desses, vou chegar em casa e encontrar todos os delfianos reunidos e de braços cruzados na sala e daí o Rezek vai dizer algo como “Corrales, todos que estão aqui são seus amigos e estamos fazendo essa intervenção porque nos preocupamos com você”, seguido do Cyrino falando algo tipo “menos eu, que vim porque me prometeram que teria comida na faixa”.
Felizmente, antes que isso fosse necessário, Sem Reservas aparece para salvar minha alma, pois se trata de uma comédia romântica com todos os elementos que faz com que homens do mundo inteiro odeiem o gênero. Desde que você olha o pôster ou assiste aos primeiros minutos, já sabe tudo que vai acontecer. E tudo realmente acontece. E aposto que você vai matar tudo também assim que ler a sinopse.
Saca só: Catherine Zeta-Jones (que ocupa ao lado de Amy Smart e de Zhang Ziyi o podium de mulheres mais bonitas do mundo) é uma chef tremendona. Daí a irmã dela morre e a deixa com a responsabilidade de cuidar da sua filhota órfã, que é a Abigail Breslin (a Pequena Miss Sunshine). Para complicar ainda mais a vida, um novo chef assistente é contratado em seu restaurante (Aaron Eckhart, do excelente Obrigado Por Fumar e futuro Duas Caras) e ele é divertido e bem humorado, completamente o oposto da protagonista. Blá-blá-blá vem e blá-blá-blá vai e é óbvio que eles vão se apaixonar, se separar e eventualmente ficar juntos. Tudo é claro, com participação da menininha.
O fato de misturar uma história de amor com as responsabilidades da paternidade deixa Sem Reservas bem semelhante a Menina dos Olhos, só que este não é dirigido pelo Kevin Smith e, portanto, não tem o fator identificação a seu favor. Para falar a verdade, a seu favor Sem Reservas tem apenas a beleza da Catarina Seta-Joana. E isso é, sinceramente, muito pouco para levar um filme nas costas. E eu fico feliz por poder voltar a falar mal de comédias românticas. Agora eu posso voltar a fazer outras coisas “de macho”, tipo arrotar o alfabeto ou urrar para completos desconhecidos na rua."

airtonshinto disse...

TONY TRAMELL, do site Almanaque Virtual:
"Kate (Catherine Zeta-Jones), uma chef de cozinha de um prestigiado restaurante, tem sua vida dedicada à gastronomia, mantendo-se afastada do convívio social. Tudo muda no dia em que sua irmã sofre um acidente e encontra-se tendo que viver compulsoriamente com sua sobrinha, Zoe (Abigail Breslin, de "A Pequena Miss Sunshine), uma criança, com quem estabelece uma relação conflituosa. A chegada de Nick (Aaron Eckhart), um sub-chefe especializado em cozinha italiana, pode ser a receita para a paixão. A trama de Sem Reservas (No Reservations, 2007) soa familiar e, realmente, é. Trata-se de uma refilmagem do cult alemão "Simplesmente Martha" (2001), que foi também lançado em cinemas no Brasil e encontra-se disponível em DVD nas locadoras, dirigido por Sandra Nettelbeck (que co-assina o roteiro da nova versão), pelas mãos do diretor Scott Hicks.
Nada contra refilmagens, desde que elas não sejam gratuitas, como ocorre com a maioria. É um vício hollywoodiano pegar filmes estrangeiros de sucesso e adaptá-los, e assim agradar as platéias estadunidenses. Elas vão desde as realizadas apenas por estilo, como a refilmagem de "Psicose" (1998), de Gus Van Sant, recriando a obra de Hitchcock quadro-a-quadro, até a outras recentes e desnecessárias, como "Um Beijo a Mais" (2006), de Tony Goldwin, que leva da Itália para os EUA a trama do ótimo "O Último Beijo" (2001), de Gabrielle Muccino. Elas também passam pelas datadas, como "Alfie", que após quatro décadas ganhou uma refilmagem. No caso de Sem Reservas, a história é outra. São filmes que se diferenciam bem um do outro longe da sinopse.Talvez seja realmente um retrato da sociedade americana enquanto o outro seja da alemã, mas isso é trabalho para sociólogos. O que existe são produções distintas, personagens razoavelmente diferentes e que agem da mesma forma, dando novo sabor.
Entre as diferenças, temos a importância dos pratos no original, longe de ser uma festa para os olhos, como "O Banquete de Babette" (1987), de Gabriel Axel, ou "Comer, Beber, Viver" (1993), de Ang Lee (que também tem uma refilmagem americana), a comida ainda desempenha papel-chave, o que não ocorre em Sem Reservas. A sobrinha que tem personalidade aqui ganha ares de mimada e teimosa, mas sem ser antipática.
A presença de Nick (Aaron em uma atuação soberba) faz que a vida das duas ganhe um novo tempero. O clima de romance é crível e não é difícil acreditar e torcer pelo casal. Apenas é evidente o desfecho e um último ato do roteiro se revela gratuito e adia o clímax sem necessidade. A figura do psiquiatra, interpretado por Bob Balaban, rende momentos interessantes e estranhamente a presença de outro personagem, o vizinho, parece o tempo todo que falta algo, no sentido de ser bem construído e como se tivesse sido criado para participar mais da trama. Sem Reservas gira em torno da chef com coração de geladeira, mas que como em "Um Grande Garoto" (2002), de Chris e Paul Weitz, se deixa contagiar pelo entusiasmo infantil. Romance, melodrama e humor são ingredientes de uma receita que agrada aos paladares dos gourmets cinematográficos. "